segunda-feira, 16 de novembro de 2009

Continua a destruição de património cultural em Beja, 2008-2009.

A destruição continua na cidade de Beja.
Não havendo mais monumentos grandiosos para demolir, neste momento, e para que a prática centenária não se perca, transportam-se às pasadas de bulldozer dezenas de exemplares pétreos de linteis, jambas, impostas, aduelas, mármores afeiçoados diversos, alguns com cinzelado da especialidade, artístico, que desde há 60 anos integravam o espólio arqueológico do castelo de Beja. A fotografia tomada ontem (5 de Agosto de 2009), cerca das 10h e 30m da manhã, ilustra esta triste realidade.
Por um lado, o município defende os restos monumentais do redescoberto templo romano de Beja, considerado pela directora da prospecção, a arqueóloga dra. Conceição Lopes, como um dos maiores da Hispânia (espaço romano da península Ibérica), e, por outro, permite que o espólio arqueológico do castelo, parcialmente proveniente de demolições realizadas em Beja, há cem anos, e, posteriormente, de descobertas fortuitas pela cidade, seja maltratado desta maneira. É uma atitude incompreensível na reabilitação do Castelo de Beja e na defesa do Património Cultural da cidade.
Publicada por Calandrónio em 18:53

Nota: O acervo arqueológico, levado para o parque de materiais da camara municipal de Beja, continua à espera de melhor sorte. Inventário decente já ninguém o há-de fazer, pois, seja quem for que o tente realizar, desconhece a origem e o contexto arqueológico dos achados... O que se fez foi um crime lesa-património. Esperamos para ver qual vai ser a atitude da nova vereação autarquica a este respeito.

3 comentários:

  1. Realmente é uma pena que esta coisas aconteçam na cidade onde nasci e com a qual me identifico cada vez menos.
    Sílvia B.Rolo

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  2. ...e o pior é saber que anda já alguém por aí a mostrar fotos das peças que sairam do castelo para o parque de materiais. Não deve ser certamente para estudá-las!
    Continuamos a julgar, agora com mais razão, que tal acervo nunca deveria ter saído do castelo. Foi, pela responsabilidade da autarquia anterior, uma má gestão patrimonial da qual, mais uma vez, Beja saiu a perder - já não bastavam os resultados nefastos do programa Polis.
    Igualmente absurda foi a mudança total da sede do posto de turismo, da rua capitão João Francisco de Sousa, a área de maior movimento comercial da cidade, para o interior da alcáçova do castelo. Agora, ou o turista tem visão de "raios x" para consultar, fora de horas e nos dias feriados e fins de semana, através da muralha, os programas da cidade de Beja, ou anda de rua em rua a perguntar o que se passa pela cidade e se há de facto ainda algo para ver na noite que se aproxima ou se vale a pena ficar para o dia seguinte... Enfim, um serviço turistico "digno" da tecnologia de ponta de Silicon Valley!

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  3. Eu lembro-me de ir ao Castelo de Beja e ficar encantado com a quantidade de pedras que lá tinham expostas, quando lá voltei já não estavam lá e eu na minha inocência deduzi que tinham sido levadas para o Museu, guardadas e catalogadas. Estou chocado com o que acabo de ler, mas essas pedras foram para onde mesmo? O que lhes aconteceu? E o que vão fazer com elas?

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