terça-feira, 9 de outubro de 2012

O fiasco das recentes visitas guiadas à cidade.

De repente surgiu na cidade de Beja uma vontade louca, doentia, de organizar visitas guiadas ao património cultural. São visitas mal orientadas, com explicações péssimas, repletas de erros de palmatória, fornecidas aos incautos curiosos que as acompanham e que depois nos vêm dizer, "inchados" de tanto saber, o que lhes transmitiram. O problema é que a maioria das noções estão erradas, são produto da imaginação de quem leu meia dúzia de páginas e pensa que já sabe tudo e que pode falar de tudo. Assim, a cidade e a sua cultura, não vão longe. É um fiasco o que se está a fazer em nome do património.

segunda-feira, 16 de novembro de 2009

Continua a destruição de património cultural em Beja, 2008-2009.

A destruição continua na cidade de Beja.
Não havendo mais monumentos grandiosos para demolir, neste momento, e para que a prática centenária não se perca, transportam-se às pasadas de bulldozer dezenas de exemplares pétreos de linteis, jambas, impostas, aduelas, mármores afeiçoados diversos, alguns com cinzelado da especialidade, artístico, que desde há 60 anos integravam o espólio arqueológico do castelo de Beja. A fotografia tomada ontem (5 de Agosto de 2009), cerca das 10h e 30m da manhã, ilustra esta triste realidade.
Por um lado, o município defende os restos monumentais do redescoberto templo romano de Beja, considerado pela directora da prospecção, a arqueóloga dra. Conceição Lopes, como um dos maiores da Hispânia (espaço romano da península Ibérica), e, por outro, permite que o espólio arqueológico do castelo, parcialmente proveniente de demolições realizadas em Beja, há cem anos, e, posteriormente, de descobertas fortuitas pela cidade, seja maltratado desta maneira. É uma atitude incompreensível na reabilitação do Castelo de Beja e na defesa do Património Cultural da cidade.
Publicada por Calandrónio em 18:53

Nota: O acervo arqueológico, levado para o parque de materiais da camara municipal de Beja, continua à espera de melhor sorte. Inventário decente já ninguém o há-de fazer, pois, seja quem for que o tente realizar, desconhece a origem e o contexto arqueológico dos achados... O que se fez foi um crime lesa-património. Esperamos para ver qual vai ser a atitude da nova vereação autarquica a este respeito.

quarta-feira, 5 de agosto de 2009

Beja, a capital do Baixo - Alentejo.


Se os partidos políticos residentes fossem inteligentes saberiam o quanto é deficitária a informação sobre Beja. Referimo-nos a informação fidedigna: turística e económica, geográfica (que tudo engloba), religiosa, política, e por aí fora. Beja não pode continuar a sobreviver com a poesia dos horizontes contínuos e infinitos, do povo irreverente que só se mede a si próprio e é alheio, quando não, felizmente, crítico, da globalização, da qual não pode nem deve fugir, porque a integra e nela deve participar com altruísmo, mas sem permitir programas polis que a desvirtuam. Sabemos o quanto este altruísmo, interpretado no sentido religioso (que até não lhe fica, nem ficaria, mal, antes pelo contrario, é, e seria, de louvar) tem sido condenado, como se não fôssemos, pelo menos, cristãos, nas horas mais aflitivas. Com as barbas a arder todos mostram alguma fé.
Beja tem vivido para si própria. Quem “manda” (assim, entre aspas) na cidade, manda mesmo, totalmente, e a história dos reis, dos príncipes, dos duques e dos condes, enfim, da realeza e da nobreza, é uma história que não convence em termos verdadeiramente culturais os valores da esquerda ou, pelo menos, de uma determinada esquerda política. Em Beja, nos últimos anos, a cultura da História só aparece, em termos políticos, aquando das eleições autárquicas ou legislativas – nos anos subsequentes é para esquecer. Vão buscar o património edificado, histórico, e todo o outro património cultural que nele assenta os seus alicerces, para valorizar os seus já gastos discursos. Foi o povo que construiu! Pura demagogia. Se alguns políticos pudessem derrubavam tudo o que cheira a passado, porque este representa lição crítica que não desejam apre(e)nder. Se o povo tivesse construído o que pretendem, por certo não necessitaria deles, dispensá-los-ia.
Uma cidade histórica como Beja que podia dar cartas a qualquer outra cidade da Europa na área cultural, tem-se sujeitado a um lugar subalterno, mercê da carência de valorização humana e material que merece.
Da arquitectura à literatura, da arte tradicional ao cante, perspectiva-se e articula-se, agora, um mundo cultural mais justo para todos, assim os bejenses saibam exercer os seus direitos de cidadania, participando activamente na reabilitação da sua cidade.
Dar voz, por igual, às críticas formais e informais da população bejense é o sério objectivo deste site, que tenta evitar o formato político de um programa mediático de acesso ao poleiro, sob o lema: Pela defesa intransigente de Beja, pela sua História e principalmente pelo seu bem-estar presente e futuro.
Nota: a foto refere-se às obras do Polis no Largo de São João, em Beja. Encontram-se devidamente assinalados os empecilhos marmóreos que muito têm contribuido, à beira do passeio, para a queda de pessoas idosas. É UM DESASTRE O PROJECTO DESTE LARGO... QUANDO O PROGRAMA POLIS AFINAL ATÉ TENTA ELIMINAR AS BARREIRAS ARQUITECTÓNICAS. UM AUTENTICO ABSURDO!